Wednesday, September 30, 2015

A Embrapa e a Privatização da “Neutralidade Científica”

A Embrapa e a Privatização da “Neutralidade Científica”
Artigo de Horacio Martins de Carvalho

(Curitiba, 15 de dezembro de 2010) A onda neoliberal que vem dando sentido hegemônico às maneiras de se conceber e mudar o mundo a partir da perspectiva capitalista, mais fortemente desde a década de 1990, envolveu a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa de forma incontestável, acentuando a sua estratégica de geração de tecnologias no sentido da artificialização da agricultura.

Essa empresa estatal de pesquisa agropecuária tem contribuído desde a sua constituição em abril de 1973 para a expansão e melhoria técnica relativa da agricultura no Brasil. O volume e qualidade da maioria dos resultados obtidos, a formação de pessoal técnico-científico, a difusão técnica no nível dos produtores rurais e a sua expansão institucional no âmbito da cooperação internacional a colocam como uma das instituições mais eficientes do país e com presença respeitável nos meios técnico-científicos mundiais.

Essa qualificação anterior, no entanto, não a exime de responsabilidades nem de desvios político-ideológicos que a tem induzido para resultados que são - seria ingenuidade sugerir como involuntários, afirmadores das desigualdades sociais no campo. A opção política estratégica de apoio técnico-científico ao agronegócio, de efetivação de acordos de cooperação com empresas transnacionais de caráter monopolista --- como emblematicamente se concretizou com a Monsanto, e a aceitação e geração de produtos da sua própria pesquisa a partir dos organismos geneticamente modificados (OGMs), ainda que no âmbito de uma ampla diversificação de produção tecnológica, não deixa de marcar o sentido hegemônico da direção técnico-científica que vem adotando, ao enveredar pelos caminhos da artificialização da agricultura em consonância com os interesses das grandes empresas capitalistas transnacionais, sejam elas as produtoras de insumos para a agricultura sejam aquelas que comercializam os produtos dela obtidos.

Isso, supostamente, se verifica no âmbito de contradições técnico-científicas internas ao corpo técnico e administrativo da Embrapa. Mesmo assim, a concepção reinante sobre a agricultura familiar e camponesa, iniciativas de produção que representam a maioria dos estabelecimentos rurais no país, se mantém como de atrelamento subalterno ao agronegócio, como se afirma no site de sua Missão e Atuação: “(...) programas de pesquisa específicos conseguiram organizar tecnologias e sistemas de produção para aumentar a eficiência da agricultura familiar e incorporar pequenos produtores no agronegócio, garantindo melhoria na sua renda e bem-estar.”

A EMBRAPA foi constituída e se mantém suportada por recursos públicos. Isso significa implicitamente que a sua prática de geração de tecnologias deve (deveria), antes de tudo, estar a serviço da maioria da população brasileira que produz no campo. Todavia, quando a direção hegemônica da empresa abre espaço para a consolidação de acordos como o realizado com a Monsanto desde 2005/2006, e o reafirmando em 29 de novembro p.p. com o aporte de recursos dessa empresa transnacional ao Fundo de Pesquisa Embrapa-Monsanto, fica mais explícito o caráter real do sentido da produção tecnológica dessa empresa, ainda que estatal. Ela se insere no processo governamental mais amplo de sustentação do capital privado nacional e multinacional do agronegócio, mais recentemente através das parcerias público-privado.

Não há dúvida de que os acordos com empresas multinacionais como a Monsanto apequenam a Embrapa e comprometem a relativa autonomia técnico-científica que deveriam ter seus técnicos e administradores perante o grande capital nacional e transnacional. Essa parceria do tipo público-privado, como a efetuada há tempos com a Monsanto, joga o que poderia se considerar como o melhor da história institucional da Embrapa na vala comum da mercantilização do saber e coloca sérias interrogações sobre o caráter que se reveste a área de cooperação técnico-científica internacional quando esta afirma ser ‘principalmente a pesquisa em parceria e a transferência de tecnologia’ (sic). Supostamente o que se espera de uma empresa estatal, mesmo submetida a diferentes pressões políticas, é que seus resultados técnicos se enquadrem como serviços públicos. “(...) O conceito de técnica mostra que deve ser, por necessidade, patrimônio da espécie. Sua função consiste em ligar os homens na realização das ações construtivas comuns. Constitui um bem humano que, por definição, não conhece barreiras ou direitos de propriedade, porque o único proprietário dele é a humanidade inteira. A técnica, identificada à ação do homem sobre o mundo, não discrimina quais indivíduos dela devem se apossar, com exclusão dos outros. Sendo o modo pelo qual se realiza e se mede o avanço do processo de humanização, diz respeito à totalidade da espécie.”
Não se supõe que reine na Embrapa o mito da neutralidade científica. Todavia, não se espera por outro lado que a direção hegemônica da empresa esteja identificada com os interesses produtivistas das empresas privadas nacionais e transnacionais e da mercantilização da produção tecnológica como disso é exemplo a sua parceria com a Monsanto.

Ora, essa hegemonia dos interesses do agronegócio e das empresas transnacionais no seio da Embrapa se torna politicamente mais comprometedora quando se expande a sua capacidade de transferência de tecnologia para paises considerados em desenvolvimento no âmbito de uma cooperação Sul-Sul, como o que se está implantando na cooperação com paises da África, América Latina e Caribe. Será que já não é demais a pressão que Banco Mundial, OMC, FMI e FAO exercem sobre esses paises em desenvolvimento para incorporarem no seu que-fazer da produção no campo as mercadorias e serviços denominados de ‘tecnologias para o desenvolvimento da agricultura’, pacotes tecnológicos esses produzidos (em parcerias) pelas empresas transnacionais de insumos? Vai então a Embrapa, uma empresa estatal brasileira, se somar ao esforço anti-social e anti-ecológico de artificialização da agricultura e da dependência (neocolonial) dessas economias rurais aos interesses dos grandes conglomerados da indústria química como Monsanto, Bayer, Basf, Syngenta, Dow e DuPont? Sem duvida alguma que isso seria, ou já é, desolador.

“(...) Mesmo que explicitamente não pretenda se impor como um empreendimento totalitário, a ciência já comporta em si mesma, implicitamente, a possibilidade de tal projeto (o sentido que ela projeta sobre o homem e o mundo só pode ser o único possível). Seus êxitos retumbantes levam-na, talvez inconscientemente, a impor-se como única dimensão possível do sentido. Sua atitude fundamental diante do mundo neutraliza todas as outras atitudes. Donde o risco de tornar-se totalizante e autoritária.”

Texto originalmente publicado no site do MST
Leia o original no site do MST

Referências:

Site da EMBRAPA. HYPERLINK "http://www.embrapa.gov.br/a_embrapa/missao_e_atuacao" http://www.embrapa.gov.br/a_embrapa/missao_e_atuacao (acesso 15/12/2010, 08:00 horas)
HYPERLINK "http://www.agromundo.com.br" http://www.agromundo.com.br (consulta 14 dez 2010; 09:40 horas)
Pinto, Álvaro Vieira (2005). O conceito de tecnologia, vol. I. Rio de Janeiro, Contraponto, 2v. , p. 269.
Japiassu, Hilton (1975). O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro, Imago Editora Ltda, p. 169.

Agricultores acreditam na mudança

Joelma (esquerda) mostra área para agricultores visitantes. Fotos: Verônica Pragana/ASACom


Visitas às experiências reforçam fé dos agricultores na mudança
Verônica Pragana - ASACom
Pesqueira - PE
Leia o original no site ASA


“Ver para crer. Crer pra transformar-se. Transformar-se para conquistar dignidade vivendo no Semiárido.” Este lema traduz bem a atividade do segundo dia do II Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores do Semiárido. Mais de 300 pessoas - entre agricultores, técnicos das organizações sociais da ASA, representantes do governo federal e da imprensa – visitaram 12 experiências de convivência com o Semiárido nas regiões do Agreste e Sertão de Pernambuco.

As experiências são bastante diversas e abrangem desde a prática da agroecologia por famílias até a forma de organização do povo indígena Xukuru, natural de Pesqueira, município onde se realiza o encontro nacional.

Um grupo de 23 pessoas visitou a propriedade de Joelma e Roberto no município de Cumaru a 130 km de Pesqueira. Além de conhecer a área com diversas tecnologias de armazenamento de água e de trocar receitas de biodefensivos e biofertilizantes, eles também falavam palavras de apoio e solidariedade para os agricultores e agricultoras que estão começando a transição da agricultura convencional para a agroecológica.

A agricultura convencional usa agrotóxicos e fertilizantes químicos e pratica queimada e desmatamento. Ao passo que a agricultura agroecológica é baseada na Agroecologia, uma ciência que lança um olhar abrangente para todas as dimensões da relação homem e natureza – envolvendo a própria relação entre as pessoas. Como prática agrícola, a Agroecologia defende a utilização de técnicas de manejo da terra, água, vegetação, etc, que buscam recuperar a fertilidade do solo e a conservação dos recursos ambientais.

Na Agroecologia é estimulada também a transmissão de conhecimentos entre os agricultores. Ao testemunhar os resultados positivos alcançados em propriedades com qualidade do solo e quantidade de água disponível similares às suas condições, os agricultores e agricultoras ainda praticantes do plantio de sequeiro - que cultivam milho, feijão, fava só nos três a quatro meses de inverno - logo se vestem de coragem para transformar sua prática agrícola. Por isso, o “ver para crer”.

O “crer para transformar-se” é o próximo passo. Nas palavras sábias de um jovem agricultor visitante: “ninguém transforma o mundo, nem o país, nem a região, nem a cidade, nem a comunidade, nem a família, só se transforma. Mas, depois disso, as mudanças começam a alcançar os outros com os quais se convive.” Daí, o poder de transformação se amplia e pode provocar mudanças até então impossíveis. Por isso que o passo seguinte é transformar-se para conquistar uma vida digna no semiárido como agricultores familiares.

Projeto incentiva mulheres no cultivo de plantas orgânicas nos quintais de casa

Projeto incentiva mulheres no cultivo de plantas orgânicas nos quintais de casa

por Karol Assunção da Agência Adital
Leia o original no site Adital

Capacitar mulheres em agroecologia e segurança alimentar. Esse é um dos objetivos do projeto Frutos da Terra: uma experiência de agroecologia urbana em quintais produtivos. A iniciativa, promovida pela organização não-governamental Elo Feminista, em parceira com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, está com inscrições abertas para mulheres acima de 16 anos residentes nos bairros: Barra do Ceará, Beira Rio e Pici, em Fortaleza, Ceará.

Simone Holanda, uma das coordenadoras do projeto, explica que a intenção é capacitar as participantes a produzirem hortas orgânicas e plantas medicinais e ornamentais nos quintais de casa. "A ideia é mostrar que é possível ter renda também em espaços domésticos. Elas podem vender mudas de plantas medicinais, por exemplo", comenta.

Para isso, as participantes, primeiro, terão formações sobre agroecologia, segurança alimentar, questão de gênero, saúde da mulher e auto-organização. Na segunda fase, já com as mãos na terra, elas terão formações sobre solo, tipos de plantas que podem ser produzidas, quantidade de água necessária para cada muda, entre outros pontos.

As capacitações acontecerão nos espaços de hortas das escolas municipais Herondina Lima Cavalcante, no Conjunto Beira Rio (Barra do Ceará), e na escola José Bonifácio de Sousa, no Pici. As formações também ocorrerão nos próprios quintais das casas das participantes. Segundo Simone, as mulheres serão acompanhadas por um engenheiro agrônomo e uma técnica em agroecologia.

De acordo com a coordenadora do projeto, durante as atividades, as mulheres serão incentivadas a se organizar em grupos para vender as hortaliças em feiras agroecológicas e também discutir demandas relacionadas a elas e à comunidade. "Vamos incentivando as mulheres para que elas se auto-organizem nas comunidades", ressalta.

O projeto Frutos da Terra: uma experiência de agroecologia urbana em quintais produtivos é destinado a 50 mulheres acima de 16 anos residentes nos bairros: Barra do Ceará, Beira Rio e Pici.

Monday, September 7, 2015

De unde luam pixuri spion

Am achizitionat un astfel de dispozitiv prima data cu gandul de a-l folosi la servici doar eu, dar ulterior i l-am imprumutat si fiului meu. Mai aveam nevoie cateodata sa fac o fotografie la ce scriam sau sa imi amintesc unele detalii iar pixul spion s-a dovedit a fi foarte util. Daca mai faceam toti cate vreun plan, uitam cateva lucruri: asa am putut fie sa le inregistrez (avand functia de reportofon incorporata), fie sa inregistrez audio-video. Mi-a fost mult mai usor dupa aceea la locul meu munca, din toate punctele de vedere. Cu ajutorul cablului de date le puneam repede acasa pe laptop si imi continuam treaba linistit fara sa fiu presat ca as fi uitat vreun detaliu.
            Fiului meu i l-am imprumutat cam tot cu aceleasi scopuri, la scoala, in caz ca ramanea in urma cu vreo lectie sau mai voia sa faca vreo poza la ce scria si sa trimita si colegilor. Si lui i-a placut la fel de mult ca mie, tocmai datorita faptului ca usureaza treaba sii reuseste astfel sa nu ramana in urma cu ce are el de facut al scoala. Ma gandesc sa ii comand si lui unul ca sa nu mai fim nevoiti sa facem cu schimbul acum.
            Rezolutia mare si claritatea fotografiilor m-a surprins in mod extrem de placut: nu ma asteptam pentru un dispozitiv atat de mic si finut. Pe cat este de simplu design-ul sau, pe atat este si modul de utilizare. Foarte practic si indemanatic, va va sta la dispozitie mereu oricand doriti sa surprindeti cate ceva.
            Recomand cu placere acest gadget elegant si foarte discret, care poate fi de ajutor oricui si nu da de banuit in absolut nicio situatie. Fie ca este vorba de filmat sau imortalizat momente importante, fie ca este vorba de spionaj, acest accesoriu isi va face treaba foarte bine. In ceea ce priveste spionajul, asul va fi mereu in maneca dumneavoastra intrucat camera este incredibil de discret pozitionata.