Wednesday, September 30, 2015

Agricultores acreditam na mudança

Joelma (esquerda) mostra área para agricultores visitantes. Fotos: Verônica Pragana/ASACom


Visitas às experiências reforçam fé dos agricultores na mudança
Verônica Pragana - ASACom
Pesqueira - PE
Leia o original no site ASA


“Ver para crer. Crer pra transformar-se. Transformar-se para conquistar dignidade vivendo no Semiárido.” Este lema traduz bem a atividade do segundo dia do II Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores do Semiárido. Mais de 300 pessoas - entre agricultores, técnicos das organizações sociais da ASA, representantes do governo federal e da imprensa – visitaram 12 experiências de convivência com o Semiárido nas regiões do Agreste e Sertão de Pernambuco.

As experiências são bastante diversas e abrangem desde a prática da agroecologia por famílias até a forma de organização do povo indígena Xukuru, natural de Pesqueira, município onde se realiza o encontro nacional.

Um grupo de 23 pessoas visitou a propriedade de Joelma e Roberto no município de Cumaru a 130 km de Pesqueira. Além de conhecer a área com diversas tecnologias de armazenamento de água e de trocar receitas de biodefensivos e biofertilizantes, eles também falavam palavras de apoio e solidariedade para os agricultores e agricultoras que estão começando a transição da agricultura convencional para a agroecológica.

A agricultura convencional usa agrotóxicos e fertilizantes químicos e pratica queimada e desmatamento. Ao passo que a agricultura agroecológica é baseada na Agroecologia, uma ciência que lança um olhar abrangente para todas as dimensões da relação homem e natureza – envolvendo a própria relação entre as pessoas. Como prática agrícola, a Agroecologia defende a utilização de técnicas de manejo da terra, água, vegetação, etc, que buscam recuperar a fertilidade do solo e a conservação dos recursos ambientais.

Na Agroecologia é estimulada também a transmissão de conhecimentos entre os agricultores. Ao testemunhar os resultados positivos alcançados em propriedades com qualidade do solo e quantidade de água disponível similares às suas condições, os agricultores e agricultoras ainda praticantes do plantio de sequeiro - que cultivam milho, feijão, fava só nos três a quatro meses de inverno - logo se vestem de coragem para transformar sua prática agrícola. Por isso, o “ver para crer”.

O “crer para transformar-se” é o próximo passo. Nas palavras sábias de um jovem agricultor visitante: “ninguém transforma o mundo, nem o país, nem a região, nem a cidade, nem a comunidade, nem a família, só se transforma. Mas, depois disso, as mudanças começam a alcançar os outros com os quais se convive.” Daí, o poder de transformação se amplia e pode provocar mudanças até então impossíveis. Por isso que o passo seguinte é transformar-se para conquistar uma vida digna no semiárido como agricultores familiares.

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